sábado, 20 de novembro de 2010

Amor

Capitão Jacobina, quem não o alimenta?

Em verdade, escrevi este texto enquanto minha colega falava sobre o conto machadiano ''O Espelho'', em que o personagem principal sentia-se bem somente quando estava com a farda de capitão. Mais uma vez fiquei tão deslumbrada com a genialidade de Machado de Assis que não me contive e resolvi escrever sobre. O que mais me fascina nestes contos é a possibilidade de compararmos cada trechinho com os dias atuais.
Influenciados pelo meio, sobrevivemos dia após dia. Sendo quem a sociedade quer que sejamos, alimentando aparências buscamos aceitação. Penso que descobrir quem somos e então ser quem se é de verdade, cara limpa, sem máscaras tornou-se uma ''meta'' cada vez mais distânte.
Eliminando nosso interior corremos atrás de vãs aparências. Falácia sem dogma que atropela o desejo de ser. Assim o determinismo aumenta, o tempo diminui, as dúvidas avançam e o senhor Capitão Jacobina fica cada vez mais forte dentro da gente.

- Graci Freitas